




Tradução: Eduardo Rodrigues
Especial Fenômenos do Verão
O retorno do menino-bruxo será a forte aposta para este verão juntamente com 'Exterminador 4', 'Transformers 2' e muito mais.
O Fim está Próximo
Beijos, revelações e desordens relevantes em Hogwarts. Em "O Enigma do Príncipe" nós encontramos um 'Harry Potter' mais épico do que nunca. Tivemos uma conversa exclusiva com os principais intérpretes da sexta adaptação do filme enquanto os mesmos tomam impulso para o final da saga.
Beijos, revelações e desordens relevantes em Hogwarts. Em "O Enigma do Príncipe" nós encontramos um 'Harry Potter' mais épico do que nunca. Tivemos uma conversa exclusiva com os principais intérpretes da sexta adaptação do filme enquanto os mesmos tomam impulso para o final da saga.
Acaba-se mais um grande dia de filmagens exteriores da sexta adaptação de 'Harry Potter'. Nos encontramos neste momento conversando com o atual diretor da franquia, David Yates, em uma das tendas que estão sendo usadas como vestiário pelos atores. Repentinamente, surge a escuridão. Um dos membros da equipe está recolhendo a iluminação usada durante a gravação. A metáfora que vem como apelo certamente serve para uma saga que está se tornando mais obscura a cada novo episódio, não?
Bom, pois isso resulta no humor depressivo que não é a única coisa a qual encontraremos em "O Enigma do Príncipe", a sexta adaptação do filme do menino-bruxo. "Para mim, esta adaptação é a mais quente e mais rápida comparada a "A Ordem da Fênix"." diz Yates, refletindo sobre seu primeiro trabalho no universo de 'Harry Potter'. "Me encanto com a intensidade do quinto, porém a carga de angústia adolescente fez com que o sexto se tornasse horrivelmente sério, enquanto aparentemente parece mais uma comédia romântica... Bom, até que as coisas ficam bastante feias na parte final..."
Logo voltaremos a isso. Entretanto, os hormônios despontam-se em Hogwarts: Harry gosta da irmã mais nova de Rony Weasley, Gina; Rony tem uma namorada (uma tal de Lilá Brown) e Hermione está irritada. Com ciúmes, convenhamos... "A relação de Hermione e Ron precisa de muito protagonismo", disse Emma Watson, envolta em uma manta durante o seu descanso. "E tem ficado bom, porque nos foi dada a oportunidade de fazer um pouco de comédia. Hermione havia se posto muito séria nos dois últimos filmes, assim foi divertido fazer umas quantas cenas engraçadas com Rupert [Grint], com quem me dou super bem." Ainda que, nas cenas de amor, isso fique meio estranho. "Tive um beijo com Jessie [Cave, que interpreta Lilá] que resultou em um momento muito embarassoso", confessa Rupert Grint. "Quando rodamos essa cena, ainda não conhecia muito bem a Jessie e tinha um montão de pessoas ao redor; e depois da partida de quadribol, quando estou em cima de um pequeno pedestal, pode se dizer então que não foi aquela coisa muito romântica...".
Partida de Quadribol? Sim. Depois de tirar umas férias em "A Ordem da Fênix", o super-esporte em vassouras e com bolas mágicas retorna. "A tecnologia avançou, então introduzimos várias melhoras", sorri Yates. "Muitas vezes me perguntava sobre o quanto o Quadribol poderia ser violento, com jogadores movendo-se a grande velocidade, batendo-se uns nos outros... Se parece bastante com o futebol americano. Durante semanas, a equipe realizou provas com especialistas chocando-se em pleno voo contra paredes e caindo das vassouras de alturas enormes, isso tudo sendo filmando em câmera lenta, a fim de encontrar a melhor estética da colisão." O resultado, como nos promete o produtor David Heyman, é: 'a melhor partida de quadribol que já vimos'."
Mas nem tudo são amassos amorosos e jogos coletivos. Na realidade, "O Enigma do Príncipe" serve de aquecimento para a grande batalha final entre os bruxos bons e maus. "O sexto livro foi o mais difícil de levar às telonas", reflete o ontérprete de Harry, Daniel Radcliffe, com um look oposto ao de seu personagem: informal e sem óculos. "É um grande livro, muito animador, porém também funciona como uma introdução para o sétimo. Também temos que indagar e explicar muitas coisas, mas do jeito que fizeram no filme está ótimo."
Como sempre, o filme segue-se muito fiel a obra de J.K. Rowling, ainda que se permitam modificações cinematográficas. No romance, os acontecimentos do mundo exterior, que mostram como o cerco maligno de Voldemort se acirra cada vez mais, são normalmente relatados através do jornal 'O Profeta Diário'. Nas telas, são menos relatos e mais ação. Por exemplo, Rowling menciona de passagem a queda de uma ponte trouxa. No filme, tal fato se tornou uma grande cena de abertura: enorme, estrondosa e ambientada em Londres. "Digamos que a ponte Millennium não fica muito bem parada", brinca o produtor David Barron. Entretanto, tiveram que modificar um detalhe no roteiro por requisição expresa de Rowling. "Havia um momento em um diálogo que Dumbledore se referia ao sexo oposto de uma forma romântica" explica Heyman. "Porém, após a primeira leitura, Jo [Rowling] nos disse que não fechava com o espírito do personagem. Assim, tivemos de mudar isso...". A sexualidade do diretor de Hogwarts não é questionada no filme, apesar de Dumbledore ter um papel de protagonista em 'O Enigma'... em que treina Harry para sua luta contra o Príncipe [correção: Voldemort], enquanto se encaminha ao seu próprio encontro com o destino". "É um grande filme para ele", diz Heyman enquanto elogiava o compromisso de Michael Gambon com o papel que herdou do defunto Richard Harris. Contudo, igualmente como acontece com o personagem ao qual interpreta, existem certas revelações sobre um ator veterano que ainda não chegou aos ouvidos do público. "O segredo de Michael Gambon é que, apesar do grande respeito que tenho a ele, é um dos atores menos profissionais do mundo", assegura Radcliffe. "Nunca leva nada a sério, por isso é tão divertido trabalhar com ele". O ator começa a lembrar de quando Gambon lhe bombardeou com pedras de mentira (e reais) no set. "E eu as devolvia. Foi totalmente infantil. E tem o título de Sir, não? ‘Sir’ Michael Gambon, nem vem!".
Apesar de se dar bem com Gambon, Radcliffe sente saudades de outras figuras paternas da série: Gary Oldman, cujo Sirius Black bateu as botas em 'Ordem da Fênix'. "Foi triste gravar sem Gary pela primeira vez", suspira. "Era uma espécie de mentor que sempre me dizia se o que eu fazia era um asco ou se estava bem. Os atores não costumam ser as pessoas mais generosas do mundo assim que, quando alguém como ele diz ‘Isso foi muito bom’ a um jovem ator como eu, é incrível. Senti muitas saudades dele". Ainda assim, ambos mantêm-se em contato e, além disso, há outros companheiros que não foram, como um dos veteranos da saga, Tom Felton. No papel do retorcido Draco Malfoy, Felton tem-se mantido em segundo plano durante os últimos oito anos porém, agora, o arqui-inimigo de Harry na turma se encontra, enfim, no centro da cena. "Este é, com certeza, meu filme favorito", disse Felton. "É a primeira vez que trabalho desde do princípio até o final". O grande momento de Felton chega quando Radclife e eles se veem envoltos em uma aventura que parece tirada das sagas de Bourne ou Bond. "Foi muito bom", diz Felton entusiasmado. "Nós passamos uma semana gravando em um set úmido como uma banheira, nos batendo na água e metidos em todos os tipos de briga. A sequência é maior que no livro". Há sangue... mas também são mostrados algumas interioridades. "Neste filme, finalmente, se desenrola mais meu personagem", disse. "Temos podido explicar por que é um perfeito cretino, e não é porque sim".
Uma reta final menos
Este não é o único exemplo de desenvolvimento de personagens que nós encontraremos. Também veremos um jovem Voldemort, conjurado pela arte da magia de Dumbledore como parte do treinamento de Harry. Buscar a um ator para interpretar o malvadíssimo vilão quando criança não foi tarefa fácil. "Nós levamos um tempo", lembra Heyman. "Discutimos muito sobre o quanto deveria parecer-se com Voldemort adulto, Ralph Fiennes". No final, decidiram-se pelo sobrinho de Fiennes, Hero Fiennes-Tiffin, como o futuro Lorde das Trevas; enquanto que Frank Dillane (filho do ator britânico Stephen Dillane) ocupou-se dos anos de adolescência. "Ambos possuem uma inquietante aura de obscuridade", assegura Heyman. Frank projeta uma espécie de arrogância, mostra-se muito superior, sempre parece ter o controle absoluto sobre a situação. E com Hero, como com Ralph, permeia o silêncio... Evoca a Voldemort de uma forma assustadora".
A ambientação do filme também joga um papel na hora de criar a atmosfera de mistério. "A eleição dos ângulos, os planos muito curtos, o ritmo das cenas", recita Heyman antes de elogiar o diretor de fotografia Bruno Delbonnel, o francês responsável pela esplêndida paleta de Amélie. 'O Enigma do Príncipe' busca um aspecto de igual realçamento, o que supõe um giro de 180º com respeito à ambientação escura e descarnada de 'A Ordem da Fênix'. "Tem muitas versões, está muito elaborada", diz Yates antes de revelar que o filme de número sete, "Harry Potter e as Relíquias da Morte" tenderá a um ar mais naturalista, com um montão de cenas gravadas com câmeras na mão. "Gosto de dar uma volta nas coisas cada vez que 'interno-me' neste mundo, experimentar novos ares", disse o diretor, conhecido antes de 'A Ordem da Fênix' pela versão, da BBC, de 'State of Play'. Agora, toda a sua reputação baseia-se em 'Harry Potter', sobre o qual dirigirá até 2011, quando estreará a segunda parte de 'Relíquias da Morte' (a primeira parte está programada para o fim de 2010). Anteriormente, três diretores tinha consagrado-se em Hogwarts (Chris Columbus, Alfonso Cuarón e Mike Newell), assim que, por que Yates decidiu comprometer-se por tão longo prazo? "Foi quando estávamos terminando 'A Ordem'...", disse o diretor enquanto contemplava uma floresta coberta de uma imitação de neblina. "Tomei gosto. É um mundo genial do qual não dá para julgar. Você tem todos os meios de que necessita para contar as histórias, o pessoal é genial e o estúdio te dá o apoio. Me apaixonei pela combinação de todas essas coisas e queria que fosse eu a levá-la até o final".
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